quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A fábula do Sr. Dinheiro

Diz a lenda que o Sr. Dinheiro foi o primeiro cidadão a negociar utilizando uma padronização de unidades de metal, normalmente ouro ou prata, cunhadas de maneira similar.
Para proteger sua fortuna, o Sr. Dinheiro utilizara um cofre para acomodar suas moedas cunhadas e, em pouco tempo alguns interessados já alugavam espaço para armazenar suas próprias moedas e objetos de valor.
O Sr. Dinheiro então viu, a possibilidade de lucrar com o armazenamento da fortuna de terceiros, cobrando então o aluguel pelo armazenamento das quantias.
Como as moedas eram geralmente pesadas, os resgates das importâncias eram muito pouco frequentes e, na maioria das vezes, não ocorriam simultaneamente. Isso levou o Sr. Dinheiro a ter então uma nova ideia: Subscrever quantias em papel! O papel era simplesmente uma confirmação que de as quantias realmente existiam e estavam custodiadas.
Em pouco tempo o papel já era aceito por todos, ao invés das pesadas moedas…
O negócio do Sr. Dinheiro ia bem e, com a expansão dos meios comerciais, um número cada vez maior de pessoas passou a solicitar empréstimos ao Sr. Dinheiro, que teve uma ideia ainda melhor:
Uma vez que o papel que certificava a existência dos depósitos já era aceito como moeda e que o dinheiro fruto do depósito realmente existia e continuaria depositado, por que não, emprestar um pouco a mais?
Sr. Dinheiro fez uma fortuna com os juros cobrados pelos empréstimos efetuados, pois além de emprestar seu próprio dinheiro ele poderia fornecer empréstimos atrelados à seus depósitos oriundos de terceiros.
À medida que os empréstimos eram pagos a situação se normalizava e Sr. Dinheiro tornou-se um importante concebedor de empréstimos.
Isso trouxe uma riqueza notável, que chamou a atenção em pouco tempo. Muitos imaginavam que a ostentação do Sr. Dinheiro vinha do consumo dos depósitos custodiados e ameaçaram resgatar as importâncias caso ele (o Sr. Dinheiro) não revelasse a origem dos recursos.
Sr. Dinheiro, muito esperto, ofereceu uma parcela dos lucros, fruto dos juros recebidos pelos empréstimos a cada um dos que tinha importância custodiada.
Surgiram assim as primeiras operações Bancárias.
Sr. Dinheiro não estava satisfeito com a divisão dos lucros e, como sabia que era a única pessoa que tinha total conhecimento do total depositado, ele poderia emprestar quantias solicitadas que nem estavam custodiadas, desde que os portadores de recibo não viessem todos ao mesmo tempo para sacar as quantias.
O sistema funcionou de maneira louvável e em pouco tempo o, agora Banqueiro, se tornou ainda mais rico, fruto dos juros recebidos pelos empréstimos reais lastreados em um recurso que de fato não existia.
Uma bolha de crédito!
Alex Rocha Moreira – Equipe Peixe Piloto
https://blogpeixepiloto.wordpress.com/2012/09/14/a-fabula-do-sr-dinheiro/

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